Este post não tem a pretensão de definir os termos e muito menos ser uma referência acadêmica, mas, somente, apresentar para os iniciados, termos comuns utilizados nas áreas de Engenharia e Construção. O primeiro termo, que no meu entendimento é utilizado indiscriminadamente, sobretudo pela comunidade de Gerenciamento de Projetos, é o "Orçamento", palavra de origem inglesa (Budget), frequentemente utilizada para designar o orçamento periódico, feito por uma empresa, onde são inseridas variáveis de custos, receitas e despesas, distribuídos em um plano de contas. O custo orçado, por outro lado, é a base para início da atividade produtiva, uma vez que ele é desenvolvido, em conformidade com o método executivo e quantificação dos recursos. Esta estimativa de recursos (Materiais, Mão de Obra, Equipamentos e Despesas Gerais) será mais tarde traduzida em um custo orçado, podendo ser apresentado na forma de tabelas, itemizados por atividades, resultando na "Orçamentação da Produção".
A orçamentação pode englobar diversas etapas, em função da área de negócio em que for aplicada. É comum, na indústria da construção civil, a divisão em quatro etapas de trabalho, para elaboração de orçamento/ estimativa de custos, a partir da obtenção dos dados: (i) Análise das condicionantes; (ii) Determinação dos quantitativos e custos; (iii) Fechamento do orçamento (iv) Formação do preço, conforme Fig. 1 – Fluxograma de orçamentação
Determinar o Orçamento
De acordo com o PMBOK® (2017 a) as estimativas de custos das atividades do cronograma são agregadas por pacotes de trabalho de acordo com a EAP. Sendo assim, as estimativas de custos das atividades são então agregadas para os níveis mais altos dos componentes da EAP, como contas de controle, e finalmente para todo o projeto, para estabelecer a linha de base dos custos totais para a medição do desempenho do projeto.
O “orçamento” ou custo orçado de um projeto, envolve alocar as estimativas dos custos unitários às atividades individuais dos pacotes de trabalho com a finalidade de estabelecer uma baseline de custo para medir o desempenho do projeto (CD+CI), conforme representado nas Fig. 2: agregação dos custos
Medindo o Desempenho através do Custo Orçado
A análise de desempenho compara o desempenho dos custos, duração e progresso, ao longo do prazo em que o projeto é desenvolvido, através dos desvios em relação as baselines (custo, duração e progresso). Recomenda-se adotar a Análise de Valor Agregado/Prazo Agregado, Fig.3: Variáveis do Valor Agregado e Prazo Agregado.
Para medir o desempenho dos custos, tendo como referência a "Base de Medição do Desempenho" - BMD, curva azul da Figura 5, será necessário plotar as três curvas (VA, VP e CR) em um eixo ortogonal, conforme figura abaixo.
Desta forma poderemos analisar, não se restringindo a estas: a) Variações de Progresso (VPr); b) Variações de Custos; c) Variações da Duração (VD); d) Variações do Orçamento (VNT) e; e) Variações de Esforço (se os fatores de produção forem carregados no momento do planejamento), conforme Fig.6: Variações de Custos, Progresso e Prazo.
Poderemos, ainda, com base nas quatro variáveis (VA, VP, CR e DR), determinar os indicadores de desempenho (IDP, IDC, IDP(t)), conforme representado na Fig. 7: Indicadores de Desempenho.
Variáveis do Orçamento e de Análise de Valor Agregado
CR Custo Realizado (Custo real incorrido para o trabalho concluído durante um determinado período, acumulados até a data de status, registrado no centro de custos)
VP Valor Planejado VP = Orçamento atribuído para o trabalho planejado e distribuído no tempo conforme cronograma físico, acumulado periodicamente, onde VP= % Físico Planejado x Custo Orçado);
VA Valor Agregado (VA = % Físico Executado x Custo Orçado, alcançado até a data de aferição, seu valor acumulado irá compor, junto com VP e CR a Curva S do Projeto, Fig. 5)
PA Prazo Agregado Duração determinada no intervalo de tempo em que o VA, na data de status, é numericamente igual ao VP, mais uma fração deste intervalo de tempo, proporcional a inclinação da curva do VP, obtido por interpolação/ proporcionalidade do triangulo retângulo (VPr / VD);
ONT Orçamento No Término (Valor total Orçado e Planejado ao término do projeto);
CCs Conta de Controle (Centro de Custos para planejar e controlar escopo, programação e custos, Somatório dos Custos Diretos);
ENT Estimativa No Término (Expectativa total de custo ao término do projeto);
EPT Estimativa Para Terminar (Custo esperado necessário para concluir todo o trabalho Restante);
OR Orçamento das Reservas (Valor provisionado para incertezas/ gerenciamento do risco);
BCCA Base de Custo do Contrato Acrescido (Soma do BCC mais os acréscimos reconhecidos);
OBP Orçamento Base do Projeto (Mesmo que a BCC para projetos internos);
BMD Base de Medição do Desempenho (CD+CI) (Orçamento distribuído no tempo)
RO Resumo do Orçamento (Soma de todo o orçamento para o trabalho contratado = BCC/OBP, ou BCCA);
IDPT Índice Desempenho de Custo Para Terminar (Eficiência necessária a partir da 'data de status' para alcançar o ONT);
IDP Índice de Desempenho de Progresso, dado pela relação: IDP= VA/VP;
IDP(t) Índice de Desempenho de Prazo, dado pela relação: IDP(t) = PA/DR;
PT Pacote de Trabalho (Esforço distribuído através das atividades para cada CC´s);
VD(t) Variação da Duração (prazo) Valor, medido no eixo do tempo, do atraso ou adiantamento no qual se encontra o projeto à data, dado pela diferença entre o PA e DR;
DR Duração Realizada - Número de períodos até a data de Status.
Como observado acima, o termo "Orçamento" está sendo utilizado de forma indiscriminada para os vários elementos dos custos do projeto. Os termos e definições acima tiveram como referência as seguintes instituições/fontes: NASA, PMI, AACE, GAO, IPMA, e Gerenciamento de Cronograma em Projetos - 6º Ed; Editora FGV.
No link adiante, cartão de referência de Valor Agregado e Prazo Agregado. Se gostou, compartilhe. https://cutt.ly/UegtlqPW
Ivaldo Monteiro da Silva - www.gsmanagement.com.br
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